sábado, 16 de junho de 2012

Um continente que busca mais importância no cenário da economia mundial



Traços da Cultura Africana

Conforme discutido nos Encontros Presenciais, o tema África precisa de uma abordagem mais aprofundada, o ideal seria colocar vários pontos de vista sobre o continente africano. Os livros didáticos e muito do que sabemos sobre esse continente possui uma abordagem eurocêntrica, há muito para se descobrir e pesquisar e, qual seria a sua imaginação sobre o continente África?

http://www.youtube.com/watch?v=9ClWtYcq33Q&feature=related

quinta-feira, 14 de junho de 2012

As imagens desse grande continente

    




       

Grande avanço

Lei que obriga Ensino de Historia e Cultura Afro


Podemos dizer que houve um grande avanço no que diz respeito ao tratamento do tema Africa e Cultura afro, tendo em vista que agora ele esta sendo amplamente discutido por estudiosos e sendo ensinado na Escola. Assim, permitindo ampliar nosso olhar e entendimento sobre esse povo e sua cultura. 


Segundo o Ministério da Educação (MEC): 



" Todas as escolas públicas e particulares da educação básica devem ensinar aos alunos conteúdos relacionados à história e à cultura afro-brasileiras. Desde o início da vigência da Lei nº 10.639, em 2003, a temática afro-brasileira se tornou obrigatória nos currículos do ensino fundamental e médio.
Apesar disso, a maioria dos alunos ainda não conhece a contribuição histórico-social dos descendentes de africanos ao país. “A lei não foi implementada de maneira a abarcar todos os alunos e professores. O que há são ações pontuais de iniciativa de movimentos negros, do MEC ou de universidades federais”, informa a coordenadora-geral de diversidade e inclusão social da Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização e Diversidade (Secad), Leonor de Araújo.
Para mapear e ampliar as iniciativas de implementação da lei, a Secad, em parceria com a Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), realizou uma oficina esta semana, em Brasília. “Queremos traçar estratégias para criar políticas comuns a fim de que a lei alcance a todos”, afirma Leonor.
A Lei nº 10.639/2003 acrescentou à Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB) dois artigos: 26-A e 79-B. O primeiro estabelece o ensino sobre cultura e história afro-brasileiras e especifica que o ensino deve privilegiar o estudo da história da África e dos africanos, a luta dos negros no Brasil, a cultura negra brasileira e o negro na formação da sociedade nacional. O mesmo artigo ainda determina que tais conteúdos devem ser ministrados dentro do currículo escolar, em especial nas áreas de educação artística, literatura e história brasileiras. Já o artigo 79-B inclui no calendário escolar o Dia Nacional da Consciência Negra, comemorado em 20 de novembro.
Segundo Leonor, a implementação da lei em todos os estabelecimentos de ensino fundamental e médio só será possível a partir da formação de professores e da oferta de material didático específico. As estratégias necessárias à implementação da lei estarão descritas num documento oficial da oficina que deverá ficar pronto até o dia 20. O documento será encaminhado ao ministro da Educação e às redes de ensino."

Penetração Islâmica na África

                        


           (Fonte: <http://alexhuche.blogspot.com.br/2010/11/islamismo-na-africa.html> Acessado em 14/06/2012)

        A religião islâmica assume grande importância não só no norte da África, mas em todo o continente africano.O encontro do islão com o animismo africano resultou numa solução religiosa, que foi facilmente assimilada por parte da população, transformando-se numa forma alternativa de organização social. A ideia de que mais de um terço da população africana partilha a fé islâmica não nos passa imediatamente na cabeça quando pensamos em África. Se nos habituamos a considerar os países do norte da África como parte do mundo árabe, não reconhecemos tão facilmente a influência islâmica ao sul do Saara. 
       Em 640 d.C. registrou-se a conquista do norte da África, desde o Egito até Marrocos. Ao contrário do restante do continente, no norte da África desenrolaram-se dois processos distintos: islamização e arabização. Por islamização pretende-se referir o processo pelo qual os povos do norte da África se converteram à fé islâmica e se tornaram muçulmanos. Por arabinização refere-se o processo de aculturação através do qual estes povos absorvem numerosos aspectos da cultura árabe, nomeadamente a língua.
       A adaptabilidade do islão a diferentes ambientes e sua interação com a religião animista presente no continente africano vai permitir, por um lado, a sua fácil aceitação pelos africanos e, por outro lado, provocar mutações na religião islâmica de região para região. Como exemplo podem referir-se às celebrações islâmicas em partes da África Oriental, que incorporam a dança e o tambor no seu seio. Essas duas características levam a que não se possa falar do islão na África de uma forma global. 

Fonte: VESENTINI, José Willian. Geograria: O mundo em transição, Editora Ática: 2003. 

Invictus - Sinopse




O Blog África tem o prazer de indicar mais um filme sobre o assunto para os nossos leitores. Se trata do "Invictus", na qual retrata o período em que Nelson Mandela foi eleito presidente na África do Sul. Assim, ele ainda tinha consciência que esse país continuava sendo um país racista e economicamente dividido, em decorrência do Apartheid. A proximidade da Copa do Mundo de Rúgbi, pela primeira vez realizada no país, fez com que Mandela resolvesse usar o esporte para unir a população. Para tanto chama para uma reunião François Pienaar, capitão da esquipe sul=africana, e o incentiva para que a seleção nacional seja campeã. 

terça-feira, 12 de junho de 2012

neve no deserto do saara


NEVE NO SAARA





O Deserto do Saara é mundialmente reconhecido, não existe uma única alma que não tenha ouvido falar dele. Se existe alguém que jamais ouviu tal nome, me perdoem os mais educados, mas esse ser estranho não reside no mesmo planeta que os meros mortais.
O Deserto do Saara é o maior e mais quente deserto do mundo – a Antártica é a maior em área, por isso o Saara é “deserto quente”. Com uma área de 9.065.000 quilômetros quadrados, o Saara está localizado no continente africano e, ao contrário do que possa se pensar, ele não é constituído somente de areia. Na verdade três quartos do deserto são formados por cascalhos e pedras, e somente um quarto é formado por areia. Além disso o deserto, se serve de fronteira entre muitos países, muda regularmente, sofrendo ciclos de expansão e contração e tendo suas formas moldadas pelos ventos. Durante o dia a temperatura chega aos 50ºC e durante a noite a temperatura chega aos 0ºC.

As chuvas no Saara são raras, mas acontecem depois de longos períodos de seca de maneira torrencial. Se as chuvas são raras, nevar no Saara está fora de questão, certo? Errado meu caro.

No dia 18 de fevereiro de 1979 nevou no Deserto do Saara, no sul da Argélia. Sim é verdade, mesmo que existam poucos relatos científicos sobre isso. Na verdade os cientistas acreditam que a nevasca tenha ocorrido a noite, quando as temperaturas são mais baixas. As montanhas da Argélia acabam servindo de barreira para o ar úmido entrar no deserto. Desta maneira a chuva é rara, já que o ar é seco. E ainda mais raro é nevar.

Segundo  pesquisas americanas, o evento ocorreu num destes momentos. Quando a umidade estava adequada e somada as temperaturas baixas da noite, as gotículas de água que poderiam formar chuva, congelaram e se transformaram em neve.

sexta-feira, 8 de junho de 2012

A África em Mapas

A África em Mapas

Os mapas apresentados mostram as particularidades naturais, sociais, divisões políticas realizadas no contexto histórico do neoliberalismo e matérias-primas do território africano.
Os alunos são desafiados a interpretar a linguagem cartográfica nas diversas séries do Ensino Fundamental e Médio, uma das prioridades no ensino da Geografia.

Mapas temáticos







quinta-feira, 7 de junho de 2012

Filme: O Intérprete




Sinopse 



A Intérprete


Silvia Broome (Nicole Kidman) é uma intérprete das Nações Unidas que, por acaso, ouve uma ameaça de morte a um chefe de estado africano, planejada para ocorrer em plena Assembléia das Nações Unidas. Como a conversa ocorreu em um raro dialeto africano, poucas pessoas seriam capazes de compreendê-lo. A ameaça faz com que a vida de Silvia se transforme totalmente, passando a receber proteção do agente federal Tobin Keller (Sean Penn). Keller por sua vez vasculha o passado de Silvia, encontrando cada vez mais motivos para desconfiar dela. Ele fica então em dúvida se deve realmente protegê-la ou se Silvia está envolvida em uma conspiração internacional. 

segunda-feira, 4 de junho de 2012

Gorila




foto de gorila
Gorila: força nas florestas tropicias da África
  
CLASSIFICAÇÃO CIENTÍFICA:

Reino: Animalia
Filo: Chordata
Classe: Mammalia
Ordem: Primates
Família: Hominidae
Género: Gorilla


INFORMAÇÕES IMPORTANTES:
Os gorilas alimentam-se principalmente de vegetais e frutos que encontram nas florestas. A fêmea do gorila gera apenas um filhote em cada gestação.
Seu habitat são as florestas tropicais da região central da África São mamíferos da ordem dos primatas. Em função da caça predatória e da destruição das florestas tropicais africanas, este animal encontra-se em risco de extinção. 
São extremamente fortes, podendo levantar mais de uma tonelada com os braços. Possui um comportamento tímido e calmo, evitando o contato com seres humanos. Porém, quando ameaçados, podem atacar qualquer animal, inclusive o ser humano. Existem duas espécies catalogadas pelos biólogos (gorilas das planícies e gorilas das montanhas)
Vivem em grupos (bandos) compostos por machos (apenas um, o mais forte, é o líder), fêmeas e seus filhotes. O acasalamento desta espécie não possui uma época do ano determinada.

CARACTERÍSTICAS PRINCIPAIS
:
Espectativa de vida: em média vivem até 35 anos
Altura: em média dois metros
Cor: preta
Peso: em média 250 quilos (macho na fase adulta)
Gestação: período de 220 dias

Dica: Para saber um pouco mais sobre a vida dos gorilas, assista ao filme "Nas montanhas dos Gorilas". Lançado em 1988 e estrelado por Sigourney Weaver, o filme retrata muito bem a vida destes animais e os problemas envolvendo a sobrevivência da espécie.

Brasileiros desenvolvem fogões para África


Um grupo de alunos do segundo ano do ensino médio do Colégio Bandeirantes, em São Paulo, decidiu extrapolar os muros da escola em algo como… 9.000 km. Para desenvolver o seu projeto da feira de ciências, os jovens de 16 anos estão participando de um time que envolve estudantes de outros três países com o objetivo de desenvolver fogões que não façam mal à saúde para comunidades rurais de Uganda e Ruanda, na África.Nesses dois países, o uso de fogões primitivos, normalmente feitos de argila e com combustão a partir de gravetos, é uma questão de saúde pública. A fumaça preta emitida por eles provoca doenças respiratórias graves, atrapalha no desenvolvimento cognitivo de crianças e gera várias outras mazelas associadas. O problema é tão sério que as Nações Unidas estimam que quase 2 milhões de pessoas morram todos os anos no mundo por complicações decorrentes da inalação dessa fumaça.Diante dessa situação, a ONG ugandense The Kasiisi Project pediu ajuda ao D-Lab, do MIT, laboratório que desenvolve tecnologias de baixo custo para melhorar a qualidade de vida de famílias de baixa renda pelo mundo. Em seguida, o MIT desenvolveu um material sugerindo cinco tipos de fogão mais eficientes e menos danosos à saúde e começou a procurar escolas parceiras para testar e aperfeiçoar os modelos.O Projeto Educacional Global de Fogão Eficiente para Cozinhar foi aceito por escolas dos EUA, Ruanda, Uganda e Brasil. A partir das sugestões da cartilha do MIT, os jovens deveriam aprimorar os fogões para que a sua construção fosse viável financeiramente para a população ruandesa e ugandense, contando com matérias-primas disponíveis nessas regiões. Além disso, eles precisavam ter o cozimento eficiente e, claro, não ser danoso à saúde.Aqui no Brasil, coube ao professor de física Renato Villar, do Bandeirantes, apresentar o projeto a um grupo de seis alunos do segundo ano do ensino médio, que aceitou participar. Primeiro, Villar fez reuniões via Skype com os outros professores envolvidos no projeto e, com eles, organizou um site para registrar os avanços dos alunos. “Estamos trabalhando em cooperação com os EUA e com a África. Conversamos por conferência de voz com os professores, e os alunos também conversam entre si, trocam experiências”, diz Villar.Para construir os fogões, os alunos têm aulas de método científico para aprender a registrar as etapas da investigação. Estudam química e física para desenvolver conceitos de combustão; biologia para aprender sobre biomassa e sistema respiratório; e inglês, para dividir os resultados com os colegas das escolas de outros países. Aprendem ainda sobre a cultura de vários lugares do mundo e, de quebra, dão sua contribuição para resolver um grave problema social.“Nas conferências, a gente fala do fogão, eles nos dão dicas para melhorar o que estamos fazendo, falamos sobre o material e a quantidade de água ideal para ferver. Mas falamos também do cotidiano de São Paulo e ouvimos as histórias deles”, diz Isabella Marchetti, 16. “E além de fazer um trabalho muito legal, a gente ajuda muita gente que está precisando. Essa fumaça intoxica e mata as pessoas”, completa Gabriel Almeida, 16.A equipe brasileira já construiu três tipos de fogão e, nesta semana, começa o quarto. “Já estamos conseguindo ferver a água”, comemoram os alunos. Por sugestão da professora Patrícia Matai, da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (USP), os jovens vão testar um modelo em que a queima ocorra a partir de bambu, e não de graveto ou carvão, que são as opções mais comuns.Segundo Villar, o bambu é barato, eficiente em termos energéticos e, pelas condições climáticas semelhantes entre os dois países e o Brasil, poderia ser facilmente cultivado por lá. “Vamos testar essa ideia que a professora da USP deu. Sabemos que o bambu pode ser eficiente, mas precisamos experimentar. O legal é que essa ideia ninguém teve ainda”, diz Larissa Lopes, 16.Quando os testes estiverem terminados, a intenção dos jovens é levar a sugestão para regiões vulneráveis do interior de São Paulo em que esse tipo de fogão é usado. “A gente nem precisa ir tão longe para ajudar. Aqui perto também tem gente precisando”, diz Isabella.

domingo, 3 de junho de 2012

Resenha: Hotel Ruanda

Filme: Hotel Ruanda
Direção: Terry George
Produção: 2004
Gênero: Drama




Sentimento Humanitário?


    Grande conflito na África? Um milhão de mortos e um e meio de refugiados? E a intervenção da ONU? Cadê a Ajuda Humanitária? O que estamos fazendo em relação a isso? Bom para respondermos é só recorrermos a uma das falas de um jornalista de imprensa mundial no Filme Hotel Ruanda: "As notícias desses massacres na TV aterrorizam a todos que os assitem. Mas, logo em seguida, todos jantam[os] tranquilamente."
    Esse filme se passa em Kigali, em 1994, e o protagonista é Paul Rusesabagina, gerente de um luxuoso hotel chamado Milles Collines, responsável por hospedar importantes personalidades oriundas de todo o mundo, das quais, muitas vezes decidem o rumo da Ruanda. É interessante frisar que, sendo baseado em fatos verídicos, o verdadeiro Paul participou das gravações possibilitando maior fidelidade aos fatos.
    É neste cenário que se desenrolará os acontecimentos. Sendo assim, periodicamente Paul ia ao fornecer de alimentos do hotel para abastecer o estoque, e num desses dias viu que no galpão havia milhares de facões vindos da China, que posteriormente seria um dos armamentos utilizados no conflito. Então, percebeu que a etnia hutu, na qual ele pertencia, estava se movimentando para um conflito contra os tutsis. A partir daí, acontece um falso acordo de paz, o presidente tutsi foi morto e iminentemente, o motim começou durante cerca de 4 meses.
    Percebendo o perigo que o rodeava, Paul tentou contatar aqueles homens influentes que vinham ao hotel e eram muito bem recebidos, mas para sua surpresa, percebeu que a situação daquele povo não importava para eles. Aliás, o exército hutu era mantido pela França.
    Com o agravamento da situação, o hotel virou um local para todos os refugiados, entre eles seus vizinhos, filhos e esposa, ressaltando ser esta da etnia tutsi. Ao final do conflito, esta decisão tomada pelo gerente, implicou no salvamento de aproximadamente 1.200 pessoas. 
    Para entendermos melhor essa situação é necessário recorrer a sua gênese na História. A África, assim como a América, despertou interesse nas potências, seja como mão de obra no caso daquela, ou como grande estoque de matérias prima. 
    Nos primórdios, os africanos se organizavam em clãs, ligados por laços linguísticos, culturais, mas sem fronteiras delimitadas. A partir do momento que ocorre a intervenção europeia de fato, no século XIX e XX, e a partilha desse continente, após a Conferência de Berlim (1884), acabou-se juntando num mesmo país etnias antagônicas e separando aquelas que se harmonizavam que, muitas vezes, não podiam se encontrar mais. Essas fronteiras artificiais não respeitaram as particularidades de cada etnia, justificando os constantes massacres. Depois da II Guerra Mundial, as potências perceberam que não poderiam arcar com a administração de outro território além do seu, mas  que poderia ter uma forma mais rentável, matendo influências (política, econômica, cultural etc.) sobre o local, no entanto, vai ocorrer a independência desses países.
   Assim também aconteceu com a Ruanda, sendo formada por duas etnias, a hutu (maioria: 85%) e a tutsi (minoria: 15%). Ficou independente em 1962, da Bélgica, e por consentimento desta uma elite tutsi mantinha o poder. Isso explicou o ódio dos hutus, ao qual por longos, estiveram marginalizados dos benefícios que aquela gozava. 
    Pode-se dizer que o diretor, Terry George, sucintamente, quis mostrar o que acontece em meio a esses conflitos, onde os povos de um mesmo país e de digladiam, mas a preocupação é sempre em salvar os brancos, a questão da corrupção, onde o exército não protegia a população dos rebeldes sem subornos e, ainda mais, por que tinha o envolvimento da Organização das Nações Unidas (ONU), criada após a Segunda Guerra Mundial como o objetivo de manter a paz, mas que infimamente conseguiu intervir na situação, já que Ruanda não era nada, politicamente falando.
   O filme mostrou apenas um dos conflitos em que o povo africano convive diariamente, aos quais muitas vezes nem ficamos sabendo, e quando ficamos pouco se fala/faz a respeito. Fala-se muito em sentimento humanitário, criam-se instituições de ajuda ao povo africano, mas até aonde se estende essa ajuda? É benéfica? Ou agrava a situação?  Nos momentos de grande caos vemos essa ajuda ficar comprometida, pois o olhar das potências, ou melhor, de grande parte do mundo para a África é como algo exótico, inferior, subdesenvolvido e primitivo, que serve apenas como um estoque de matéria-prima. O mundo se esquece de suas raízes!  

Escrito por: Priscilla Alves Barreto - Licenciada em História e Geografia, 2012.

Resenha: O Último Rei da Escócia

Filme: O Último Rei da Escócia
Direção: Kevin McDonald
Produção: Inglaterra, 2006
Gênero: Drama


Ciclo Vicioso & Persuasão


     Sabe aquele discurso que te envolve e fala tudo aquilo que precisamos? Acaba reacendendo as esperanças? E aí começa a ver uma luz no final do túnel? Assim é como subiram ao poder vários ditadores na história da Humanidade, ao qual por meio de um discurso extremamente persuasivo conseguiram o apoio popular e, com isso, conquistaram o poder. É nesse cenário que o filme "O Último Rei da Escócia" vai mostrar ao seu expectador. 
   Para contar toda a história desse ditador africano chamado Idi Amin, que ficou no poder durante 8 anos na Uganda. O diretor do filme colocou um personagem fictício, mostrando o olhar branco para o continente/povo africano: de desconhecimento. Este é um médico que atende pelo nome de Nicholas Garrigan, interessado em se aventurar em um lugar diferente. E girando um globo terrestre dentro de seu quarto, resolve ir à Africa, mais especificamente um vilarejo da Uganda, em busca de aventura e de trabalho junto de um casal de médicos naquele lugar. 
    Inesperadamente, o recente presidente foi discursar nesse clã, sendo aplaudido por todos. No retorno, o presidente sofre um ferimento e Garrigan foi levado pelo exército nacional para tratar desse ferimento. E o médico sacrifica um animal com a arma do presidente, que simpatizou com Garrigan pelo seu ato de coragem e sua nacionalidade escocesa. 
    Sendo assim, Idi faz uma grande proposta para esse jovem recém-chegado, tornando-o seu médico pessoal e também, com o tempo, seu confidente. A cada dia, Garrigan fica mais envolvido na situação política ugandense. Quando realmente viu no que estava metido, precisou de muita luta para conseguir voltar à sua terra natal, podendo assim, acompanhar a deposição do ditador Idi. 
    Na História constatamos muitos casos semelhantes à esse, a que ditadores sobem ao poder com o discurso de luta, de melhoria da situação, mas depois assumem posturas rígidas e autoritárias. No caso do filme, são mostrados vários momentos a intolerância com aqueles que se opunham ao poder ou em relação aos estrangeiros, ficando explícito, quando em um de seus diálogos, Amin diz ter expulsado os empresários asiáticos, isto é, indianos de seu território. Aliás, durante todo o seu governo, foram sacrificadas mais de 300 mil vidas. E o crucial, é que no final pôde-se ver o mesmo quadro do início, onde a mesma população que o tinha colocado no poder, festejou sua decadência, mas não viria a se encerrar o ciclo vicioso, de governos ditatoriais e corruptos, enquanto a população vive em condições paupérrimas se utilizam de dinheiro para gastos pessoais, através de desvios. 
     O filme fez outras referências que devem ser levadas em consideração nesta resenha. Uma delas é a grande interferência inglesa no apoio ou não da autoridade de Uganda, pois a todo o momento havia representantes acompanhando a situação do país. Isso pode ser entendido pelo motivo desse país estar no território do domínio britânico, denominado como África oriental britânica. 
    A outra referência observada foi as imagens do filme, nas estradas percorridas, há a presença da monocultura comercial, ou melhor, as plantations de cana de açúcar, modelo  de plantação introduzido pelo colonizador destinada à exportação, para a Europa principalmente. Elas ocupam áreas de colonização, com solos férteis, enquanto que a maioria da população foi sendo empurrada para terras menos férteis, o que agrava o problema, quando se leva em consideração ainda as técnicas e instrumentos rudimentares que são utilizados nessa cultura de subsistência, agravando a situação de pobreza e fome da população. Isso pode ser colocado como herança do colonialismo e da divisão da produção imposta por ele. 
    E, por último, chama a atenção a referência islâmica feita quando se observa a trigamia do presidente ugandense. Recorrendo mais uma vez aos fatos históricos, é possível averiguar que os árabes já dominavam o norte africano nos séculos VII e VIII e, a partir disso, para praticar o comércio, existiam caravanas que iam para outros lugares além deserto, difundindo a religião e a língua. Para termos como exemplo, a área do deserto do Saara, tem um nome de origem árabe "Sahel" que significa borda, e nessa área existem países como Senegal e Mauritânia em que a população islâmica chega a quase 80%, mostrando a forte presença dessa religião na África. No entanto, em muitas localidades essa religião foi adaptada, ou seja, em partes da África do Oriente, incorporou-se a dança e  tambor nos eventos religiosos. 
    O filme também mostra a questão da Aids, detectada em 1981, causando uma epidemia que até hoje continua se alastrando não só no continente africano, mas ali em maior intensidade, trazendo grandes consequencias como aumento de crianças órfãs e a eliminação de importante parcela da força de trabalho, além de absurdos gastos na área da saúde. Para se ter uma ideia, a Uganda atualmente fez pesadas campanhas de informações e conseguiu ampliar o uso de preservativos e fazer a substituição do aleitamento materno, resultando na redução na transmissão do vírus, caindo de 15% para 5%.
    Enfim, foi um filme produzido pelo departamento da Fox que trabalha com filme de menor interesse comercial, mas há esse interesse, pois é difícil, dentro desse mercado competitivo como o do cinema, aqueles que querem simplesmente fazer um filme pelo seu conteúdo, sem fins lucrativos. Mesmo assim, foi possível fazer boas referências de questões históricas e ver seu desencadeamento no decorrer do filme, mesmo com uma pitada de ficção (tendo como base o livro homônimo de Gils Foden). Assim, acredito ser um filme que aborda, dentro das suas limitações, um bom assunto e conteúdo. 

Elaborado por: Priscilla Alves Barreto - Licenciada em História e Geografia 
   


sábado, 2 de junho de 2012

Moda da Savana

O guarda-roupa é a savana. No sul da Etiópia, jovens surma e mursi transformam flores em chapéus, folhas em xales. Com fantasias fantásticas, eles colocam colorido no cotidiano cinzento dos povos pastoris. O fotógrafo Hans Silvester rendeu-se a sua magia. 






Algumas flores e gramíneas presas por um cipó e um rosto pintado de amarelo tornam este menino inconfundível. Um candidato ao concurso de adereços de cabeça.






Nas testas as mesmas flores, bem arrumadas ou rebeldes. Os rostos cobertos com padrões de pintura, como se fossem trabalhos de Matisse e Miró. As cores, aplicadas com os dedos, os amigos obtiveram da mistura de pedra moída com argila.






Folhagens secas aproveitadas, e um novo enfeite de cabeça está pronto. Espetacular e ao mesmo tempo útil, porque serve como proteção contra o sol. O verde fresco do chapéu improvisado realça o perfil, das têmporas até o pescoço.

A "moda da natureza" dos surma e dos mursi se presta, principalmente, à representação de um povo. Da extravagância até o minimalismo ela conhece vários estilos - um deles demonstrado por este jovem, que aposta no vermelho de forma comedida, mas com efeito marcante.




Os meninos, enquanto não se tornam guerreiros, devem cuidar do gado. Isso lhes dá tempo de experimentar seu talento como artistas do adereço. Alguns mudam os adornos várias vezes ao dia, como atores que trocam os trajes durante os atos.





Brincos de latão, guirlandas de folhas e a pintura, que lhes confere apenas um pálido brilho na pele. O artista se encontra no umbral do mundo adulto, e parece que ele quer se diferenciar dos mais jovens por meio de um design mais simples.






É evidente que os três pertencem ao mesmo grupo. De comum acordo, eles se cobriram com plantas secas e folhagens - demonstração da amizade que os une.







Aproximadamente 20 povos vivem no vale do Rio Omo, no sul da Etiópia. Pastores nômades em sua maioria, eles frequentemente se encontram em pé de guerra: por água, pastos, armas. O fotógrafo Hans Silvester chegou por acaso a essa região distante - mas a ela retornou várias vezes, a fim de documentar a cultura das tribos.
O grande tema do fotógrafo, hoje com 70 anos, é a arte corpórea arcaica dos surma e dos mursi. Eles transformam sua pele em tela: profundas cicatrizes e pinturas cheias de motivos abstratos constituem adereços. E eles se divertem ao se enfeitar com gramíneas, folhas e frutos da margem do Omo - um constante jogo de transformação, agora descoberto também pelos turistas. Para as tribos, isso significa uma bem-vinda fonte de renda.








Fonte: http://civilizacoesafricanas.blogspot.com.br/2010/05/moda-da-savana.html

quinta-feira, 31 de maio de 2012

Apartheid


O termo Apartheid se refere a uma política racial implantada na África do Sul. De acordo com esse regime, a minoria branca, os únicos com direito a voto, detinha todo poder político e econômico no país, enquanto à imensa maioria negra restava a obrigação de obedecer rigorosamente à legislação separatista. Apartheid (significa "vidas separadas" em africano) era um regime segregacionista que negava aos negros da África do Sul os direitos sociais, econômicos e políticos. Embora a segregação existisse na África do Sul desde o século 17, quando a região foi colonizada por ingleses e holandeses, o termo passou a ser usado legalmente em 1948. 
No regime do apartheid o governo era controlado pelos brancos de origem européia (holandeses e ingleses), que criavam leis e governavam apenas para os interesses dos brancos. Aos negros eram impostas várias leis, regras e sistemas de controles sociais. Entre as principais leis do apartheid, podemos citar: - Proibição de casamentos entre brancos e negros - 1949. - Obrigação de declaração de registro de cor para todos sul-afriacanos (branco, negro ou mestiço) - 1950. - Proibição de circulação de negros em determinadas áreas das cidades - 1950 - Determinação e criação dos bantustões (bairros só para negros) - 1951 - Proibição de negros no uso de determinadas instalações públicas (bebedouros, banheiros públicos) - 1953 - Criação de um sistema diferenciado de educação para as crianças dos bantustões - 1953 Este sistema vigorou até o ano de 1990, quando o presidente sul-africano tomou várias medidas e colocou fim ao apartheid. Entre estas medidas estava a libertação de Nelson Mandela, preso desde 1964 por lutar com o regime de segregação. Em 1994, Mandela assumiu a presidência da África do Sul, tornando-se o primeiro presidente negro do país A política de segregação racial foi oficializada em 1948, com a chegada do Novo Partido Nacional (NNP) ao poder. O apartheid não permitia o acesso dos negros às urnas e os proibia de adquirir terras na maior parte do país, obrigando-os a viver em zonas residenciais segregadas, uma espécie de confinamento geográfico. Casamentos e relações sexuais entre pessoas de diferentes etnias também eram proibidos. 
A oposição ao apartheid teve início de forma mais intensa na década de 1950, quando o Congresso Nacional Africano (CNA), organização negra criada em 1912, lançou uma desobediência civil. Em 1960, a polícia matou 67 negros que participavam de uma manifestação. O Massacre de Sharpeville, como ficou conhecido, provocou protestos em diversas partes do mundo. Como consequência, a CNA foi declarada ilegal e seu líder, Nelson Mandela, foi preso em 1962 e condenado à prisão perpétua. Com o fim do império português na África (1975) e a queda do governo de minoria branca na Rodésia, atual Zimbábue (1980), o domínio branco na África do Sul entrou em crise. Esses fatos intensificaram as manifestações populares contra o apartheid. A Organização das Nações Unidas (ONU) tentou dar fim à política praticada no país. O presidente Piter Botha promoveu reformas, mas manteve os principais aspectos do regime racista. 
Com a posse de Frederick de Klerk na presidência, em 1989, ocorreram várias mudanças. Em 1990, Mandela foi libertado e o CNA recuperou a legalidade. Klerk revogou as leis raciais e iniciou o diálogo com o CNA. Sua política foi legitimada por um plebiscito só para brancos, em 1992, no qual 69% dos eleitores (brancos) votaram pelo fim do apartheid. Klerk e Mandela ganharam o Prêmio Nobel da Paz em 1993. Em abril de 1994, Nelson Mandela foi eleito presidente da África do Sul nas primeiras eleições multirraciais do país. O Parlamento aprovou a Lei de Direitos Sobre a Terra, restituindo propriedades às famílias negras atingidas pela lei de 1913, que destinou 87% do território à minoria branca. As eleições parlamentares de 1999 foram vencidas pelo candidato indicado por Nelson Mandela, Thabo Mbeki, descartando qualquer tentativa de retorno a uma política segregacionista no país.


Por Wagner de Cerqueira e Francisco - Graduado em Geografia
Fonte: http://www.brasilescola.com/geografia/apartheid.htm

terça-feira, 29 de maio de 2012

Mãe Africa


Algumas considerações, sobre África. O berço da humanidade!
Características físicas: - O continente africano ocupa o segundo lugar em extensão no planeta Terra e que é o mais quente, tendo desertos abrasadores, densas florestas tropicais e extensas savanas cheias de vida. - Este continente está ligado à Ásia e só um estreito o separa da Europa, o estreito de Gibraltar. - O Sara é o maior deserto do planeta e cobre quase um terço do continente africano onde se encontram as dunas mais altas do mundo. - O maior rio do mundo é o Nilo, com 6650 quilômetros de comprimento. Nasce simultaneamente em Uganda e na Tanzânia, atravessa Sudão e Egito e desemboca no Mar Mediterrâneo. Banha uma área total de 3 milhões 349 mil quilômetros quadrados, ou seja, uma décima parte da superfície total do continente africano.



África Subsaariana

África-subsaariana é a região que contêm os países africanos situados ao sul do deserto do Saara. Desde o século XIX, este território começou a ser conhecido com a expressão África Negra pelos ocidentais, descrevendo uma região habitada por indivíduos da raça negra que não havia sido descoberta ainda, nem colonizada pelos europeus. Este termo caiu em desuso e foi catalogado como pejorativo. Esta região do globo é tida como o berço da humanidade. Desde o fim da era do gelo, o norte e a região sub-saariana encontraram no deserto do Saara uma fronteira natural e quase intransponível, salvo pequenos atalhos como o rio Nilo. O termo sub-saariano encontra um sinônimo em África tropical, tentado destacar sua diversidade ecológica, ainda que a parte austral tenha um clima totalmente diverso. Os países que formam a região são: Congo, República Centro Africana, Ruanda, Burundi, África Oriental, Quênia, Tanzânia, Uganda, Djbouti, Eritréia, Etiópia, Somália, Sudão, África Ocidental, Benin, Burkina Faso, Camarão, Chade, Cote d’Ivoire, Guiné Equatorial, Gabão, Gâmbia, Gana, Guiné, Guiné Bissau, Libéria, Mauritânia, Mali, Níger, Nigéria, Senegal, Serra Leoa e Togo. 
A África sub-saariana é considerada por muitos como a região mais pobre do planeta, nesta parte da África estão localizados os países (33 dos mais pobres que existem) com grandes problemas estruturais sofrendo os graves legados do colonialismo, do neocolonialismo, dos conflitos étnicos e da instabilidade política. A expectativa de vida não ultrapassa os 47 anos, o índice de alfabetização de adultos atinge 63%, e o nível de escolaridade chega a 44%. O enorme crescimento populacional, durante a década de 1990, acarretou no aumento de pessoas vivendo em condições extremas de pobreza. Mais da metade da população sub-saariana, uns 300 milhões de pessoas, sobrevive com menos de um dólar por dia. Milhões destas pessoas vivem na mais absoluta pobreza, privados de água potável, moradias dignas, alimentos, educação e acesso à educação. A falta de água gera problemas devastadores para a região, além disso, a situação se agrava devido aos períodos de seca e pela desastrosa gestão dos recursos hídricos. Tudo isso causa fome e doenças, provocando o êxodo de muitos nativos. A África sub-saariana é a região mais afetada pelo HIV, nos últimos anos, numa faixa de terra que vai desde a África Ocidental até o Oceano Índico. Hoje existem mais de 35 milhões de órfãos na África sub-saariana, calcula-se que, destes, aproximadamente 11 milhões são órfãos pelo fato de seus pais terem morrido em decorrência de doenças causadas pelo vírus HIV.

Doenças da África

Doença do Sono

A doença do sono ameaça mais de 60 milhões de pessoas em 36 países da África subsaariana. Menos de quatro milhões destas pessoas têm acesso a um centro de saúde. Na República dos Camarões, nos anos 20, um médico chamado Jamot implementou uma estratégia de controle eficaz, enviando equipes móveis às aldeias para diagnosticar e tratar o máximo de pacientes possível. O programa do Dr. Jamot obteve sucesso no bloqueio da transmissão da doença do sono, esvaziando a reserva humana de tripanossomas. Mas, recentemente, as guerras civis desestruturaram sistemas de saúde e forçaram pessoas a migrar, permitindo que tais reservas fossem reconstruídas. 

Malária

A malária está presente em mais de 100 países e ameaça 40% da população mundial. A cada ano, 500 milhões de pessoas são infectadas, a maioria delas na África subsaariana (Estima-se que 90% dos casos mundiais e 90% de toda a mortalidade por malária ocorram na África subsaariana. A doença também ocorre nas Américas Central e do Sul, sobretudo na região amazônica, e em países da Ásia), e 2 milhões de pessoas morrem dessa doença. As vítimas são principalmente crianças de áreas rurais. A malária é a primeira causa de morte de crianças menores de 5 anos na África, e mata uma criança a cada 30 segundos no mundo. 



AIDS

Desde que os primeiros casos da síndrome de imunodeficiência adquirida (AIDS) foram detectados, em 1981, a África é o continente que mais sofre com a doença, especialmente a região subsaariana, segundo o último relatório publicado pelo Programa das Nações Unidas contra a Aids (Unaids) em maio de 2006. Embora os dados sobre a incidência do vírus estejam sofrendo uma "desaceleração", segundo o relatório, as proporções epidêmicas ainda são graves na África subsaariana. As taxas de infecção per capita de alguns países da região continuam subindo. Com pouco mais de 10% da população mundial, a África subsaariana abriga cerca de 24,5 milhões de infectados, quase dois terços dos portadores de HIV em todo o mundo. Cerca de três quartos dos 25 milhões de pessoas que morreram em decorrência do HIV desde o início da epidemia, nos anos 80, eram do continente africano.


Um pouco da história da África

Nas escolas e nos livros, costumamos estudar apenas a história de um povo africano: os egípcios. Porém, na mesma época em que o povo egípcio desenvolvia sua civilização, outros povos africanos faziam sua história. Conheceremos abaixo alguns destes povos e suas principais características culturais.

O povo Bérbere 

 Os bérberes eram povos nômades do deserto do Saara. Este povo enfrentava as tempestades de areia e a falta de água, para atravessar com suas caravanas este território, fazendo comércio. Costumavam comercializar diversos produtos, tais como : objetos de ouro e cobre, sal, artesanato, temperos, vidro, plumas, pedras preciosas etc. Tinham o hábito de parar nos oásis para obter água, sombra e descansar. Utilizavam o camelo como principal meio de transporte, graças a resistência deste animal e de sua adaptação ao meio desértico. Durante as viagens, os bérberes levavam e traziam informações e aspectos culturais. Logo, eles foram de extrema importância para a troca cultural que ocorreu no norte do continente.  

Os bantos 

 Este povo habitava o noroeste do continente, onde atualmente são os países Nigéria, Mali, Mauritânia e Camarões. Ao contrário dos bérberes, os bantos eram agricultores. Viviam também da caça e da pesca. Conheciam a metalurgia, fato que deu grande vantagem a este povo na conquista de povos vizinhos. Chegaram a formar um grande reino ( reino do Congo ) que dominava grande parte do noroeste do continente. Viviam em aldeias que era comandada por um chefe. O rei banto, também conhecido como manicongo, cobrava impostos em forma de mercadorias e alimentos de todas as tribos que formavam seu reino. O manicongo gastava parte do que arrecadava com os impostos para manter um exército particular, que garantia sua proteção, e funcionários reais. Os habitantes do reino acreditavam que o maniconco possuía poderes sagrados e que influenciava nas colheitas, guerras e saúde do povo. 



Os soninkés e o Império de Gana 

Os soninkés habitavam a região ao sul do deserto do Saara. Este povo estava organizado em tribos que constituíam um grande império. Este império era comandado por reis conhecidos como caia-maga. Viviam da criação de animais, da agricultura e da pesca. Habitavam uma região com grandes reservas de ouro. Extraíam o ouro para trocar por outros produtos com os povos do deserto (bérberes). A região de Gana, tornou-se com o tempo, uma área de intenso comércio. Os habitantes do império deviam pagar impostos para a nobreza, que era formada pelo caia-maga, seus parentes e amigos. Um exército poderoso fazia a proteção das terras e do comércio que era praticado na região. Além de pagar impostos, as aldeias deviam contribuir com soldados e lavradores, que trabalhavam nas terras da nobreza. 




Características Geográficas da África



Exceto a extremidade da região norte, a África é formada por depressões onduladas. São bacias (Níger, Chade, Congo, Kalahari) são cercadas por altas regiões  como a Dorsal Guineense, por exemplo.



A Linha do Equador corta a África quase ao meio, portanto, situa-se em sua maior parte entre os trópicos. Portanto, a África é um continente quente, onde os climas e os tipos de vegetação se caracterizam mais em função de variações pluviométricas do que térmicas.  Isso se diferencia nas extremidades norte e sul, onde apresenta clima mediterrâneo e o traço dominante é o calor constante.

A medida que os locais se afastam da Linha do Equador, há ocorrência de uma estação seca, passando do clima tropical de florestas densas para os climas tropicais de florestas menos densas, savanas e estepes. Já, os desertos estão perto dos trópicos.

Considerando o continente em sua totalidade, podemos dizer que há uma baixa densidade demográfica, isso pode ser explicado pelas condições climáticas e geológicas, frequentemente desfavoráveis à sobrevivência humana. Além da intensa interferência dos países europeus no período da colonização, determinando a estrutura política atual e a natureza da economia e as disparidades étnicas e religiosas, que mesmo com a independência desses países não conseguiram alterar esse quadro.